EDUCAÇÃO V2.0

O peso excessivo que os alunos transportam nas suas mochilas escolares não é um tema actual, é uma questão que vem sendo levantada já há vários anos, o que leva a outra questão…Porque ainda não foi este problema resolvido?

A Organização Mundial de Saúde indica que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar 10% a 15% do peso total corporal do aluno. Mas a realidade actual coloca o peso das mochilas escolares em valores que oscilam entre os 20% a 34%. Este cenário levanta sérias preocupações a nível de saúde para estes alunos, desde dores nas costas a alterações na marcha e a uma postura deficiente.

É óbvio que este é um problema que tem que ser resolvido. Mas as soluções apresentadas que vão desde a divisão dos manuais escolares em fascículos, o aumento das horas dedicadas ao Apoio ao Estudo que permite minimizar a carga de trabalhos de casa, acções de sensibilização para a correcta organização do material escolar dentro da mochila e um correcto ajustamento das alças e a atribuição de cacifos aos alunos, têm ficado bastante aquém do esperado.

Acredito que o caminho a seguir seja o da modernização. A educação continua ano após ano a voltar as costas às novas tecnologias, como se a sua introdução plena na educação fosse uma espécie de tabu. Esta mentalidade excessivamente conservadora está completamente desenquadrada com o panorama actual.

Imaginem um mundo onde a única coisa que um aluno tem que levar para a escola é o seu portátil, tablet ou hibrido, que contém todos os manuais escolares e livros de exercícios e que pode utilizar na vez da “carrada” de cadernos. Esta plataforma permite um leque de opções de integração quer a nível do edifício escolar quer em casa. Acabando de vez com a complicação logística dos trabalhos de grupo, com a carga extra provocada pelos trabalhos de casa a nível do material escolar que têm de deslocar da escola para casa e vice-versa. Permitindo uma proximidade até agora ainda não alcançada entre o professor e o aluno quer na hora da sua aula quer fora da mesma. Um professor com um Smartphone como o Quantum V com projector laser HD que permite a projecção de imagens até 80 polegadas em qualquer superfície plana não teria necessidade de requisitar equipamento antecipadamente ou ter que mudar a turma de sala para poder usar esse mesmo equipamento. Existe uma pletora de opções e cenários não explorados ao nosso alcance.

Segundo os dados apresentados no Global Summit 2017, o futuro da educação passa pela aplicação do conceito Learn by Doing, aprender fazendo. A escola de hoje tem de se adaptar e incentivar uma nova cultura em que o domínio da tecnologia permite preparar os alunos de uma forma mais completa para os desafios da sua vida futura. Um estudo realizado em 2016 entre 132 mil alunos adolescentes e jovens conclui que somente 1 em cada 10 alunos está satisfeito com a aula e o material pedagógico utilizado. Devemos ter presente também que cerca de 65% das crianças que entram hoje para a escola primária terão empregos novos que ainda nem sequer existem, de acordo com o World Economic Forum 2016.

É claro que para implementar este tipo de medidas é necessário um investimento, mas também é verdade que o orçamento de estado prevê uma verba a disponibilizar para a educação. Verba essa que deveria ser utilizada para apoio aos alunos e para equipar e modernizar as escolas. O problema é que a parcela maior dessa verba vai para um único lugar…o salário dos professores. Professores esses que mesmo assim não estão satisfeitos com o salário que auferem nem com as regalias de que usufruem e continuam a insistir no caminho das greves para revindicarem tudo e mais alguma coisa a que acham que têm direito e caso se esqueçam de algo este ano, existe sempre o próximo ano para mais umas greves.

A realidade é que cada vez trabalham menos horas, cada vez faltam mais e fazem mais greves e cada vez mais temos casos de anos lectivos que se iniciam sem terem os professores todos colocados. Mais uma vez são os alunos que ficam prejudicados, pois se cada vez têm mais disciplinas, se as matérias são cada vez mais avançadas e o tempo útil de aula é cada vez menor…algo não está a funcionar bem.

Professores, vejam com bons olhos as novas tecnologias, elas trarão um futuro em que mesmo tendo que faltar podem orientar os alunos na sala de aulas. Um dia estarão à porta da Assembleia da República em manifestação mas poderão continuar a acompanhar o que os alunos estão a fazer na escola ou até mesmo em casa visto ser dia de greve.

Pensem nisso, o futuro está ai. Não vivemos mais no tempo dos dinossauros, os professores alegam que a sua profissão é uma de excelência, está na hora de se começar a ver isso para além das suas palavras.

Mário Pereira

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